sexta-feira, 26 de março de 2010

Praguinha

Eu quero que você se foda.
Não da maneira feia e tal;
sangue em sarjeta, prosti-
tuição, morte na família,
essas coisas.
Eu quero um negócio bonito,
classudo.
Eu quero que você, como eu
em algum ponto da vida, acor-
de num mundo completamente
diferente do que conhece e
fique sem chão.
Que as palavras de sua boca
sejam linguagem desconhecida
e façam nenhum sentido, que
cada ato alheio seja punha-
lada em externo e acabe com
seus dias, mesmo os cheios
de sexo, boa comida e ócio.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Matinal

- Bom dia.
- Bom dia.
- Tudo bom, né?
- Tudo bom.
...
- Aliás, não, tá bom não. Quer saber?
Tá uma merda, na verdade! Quer saber
por que? Quer? Meu marido me deixou,
tá comendo uma menina de vinte e dois
anos há cinco e eu só soube que ele
me deixou depois que a Sky foi lá em
casa recolher o receptor pra transfe-
rir pra nova casa dele. Dá pra imaginar?
Dá pra imaginar como eu tô, agora?
...
- Foi mal. Um dia foda pra você, então!

quarta-feira, 24 de março de 2010

Farewell, Mona Lisa - Dillinger Escape Plan

"There's no feeling in this place.
The echoes of the past speak louder than
Any voice I hear right now.
Don't you ever try to be more than you were destined for
Or anything worth fighting for.
Don't you ever try to be more than you were destined for
Or anything worth fighting for.
There's no feeling in this place.
There's no feeling in this place.
Feeling in this place."

quinta-feira, 18 de março de 2010

Mater Diabolus

Eu tenho uma mãe de merda,
disfuncional, entrevada numa
cama, empacada entre Novo e
Velho Testamentos.
A culpa do mundo sobre mim,
sempre sobre mim, e maravilhas
de Abel expostas em paredes.
Sua incapacidade, exposto peito
velho, mata o eu que pretendi
um dia ser.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Ao Normal

Marcar um esquema com teus
amigos para reinserção em
noite soteropolitana; estás,
há um ano, fora de atividade,
de circuito.
Precisas de frescor do malte
mais nicotina por claustros,
não esquecendo de testosterona
e música apropriada, para sen-
sação de normalidade, cumprimen-
to do dever e ruptura com padrões
que fazem tempo se perder.

Pútrido

Morri, hoje, mais que o habitual
para qualquer que seja o dia,
segunda-feira ordinária de ano
par.
Põe em aterro o lixo pois não
há programa de reciclagem por
esses lados. A banda podre de
mim, exultante.

Cease

Letra e música: Greg Graffin
Álbuns: The Gray Race (Bad Religion, 1996) / American Lesion (1997)

Blacktop pavement, cover me
Like a chemical reaction or a steam roller
Spreading randomly

There's a distant buzz and a low frequency
It tickles my ear, rumbles under my feet
And it shakes the leaves off of every tree (violently)
What pretension! Everlasting peace
Everything must cease


Institution on the hill
Like a beacon in the mind of an ancestor
To ignite a people's will

There's a shadowed stain on the west facade
It has spread like decay to enshroud the fraud
And the descendants find it, oh, so odd (oh, so odd)
What pretension! Everlasting peace
Everything must cease


Grave memorial, hewn white stone
Like the comforting caress of a mother
Or a friend you've always known

It evokes such pain and significance
What was once is reduced to remembrance
And the generations pass without recompense
What pretension! Everlasting peace
Everything must cease