quarta-feira, 4 de março de 2009

Tratado-Acalento

As sobras de cutículas, o jornal do dia, já velho,
amassado mas ordenado sobre a mesa de centro,
e textos curtos, não-revisados, escritos em pálidos
blocos de origem genérica; tudo bastante repartição
pública.
Há que se preencher três cadernos de caligrafia
para aproximar-se da estética desse deus de todos?
Há que se estimular subjetividade mais que máxima
para aparentar alguma coerência ou conhecimento
pleno sobre o que é escrito, dito e pensado?
Vamos escrever cartas anônimas em dias de calor
e noites de frio, vamos!
Vamos nos esforçar para a construção de imagem
estimada e formação de grupos mais bonitos, onde
pareçamos nos amar.
Mudemos tudo, menos o necessário, e sentemos
juntos, mãos dadas/intenções em sintonia/sorrisos
idênticos, porque apenas existir já é suficientemente
desconfortável.

Nenhum comentário: